Gravidez e COVID-19: Pesquisa confirma riscos na gestação lu3a

Pesquisa confirma riscos da covid na gestação (Photo by MedicalPrudens on Pixabay)
Tese de doutorado da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp evidencia efeitos relacionados à Covid-19 durante a gravidez l1o2i
Desde o início da pandemia da COVID-19, especialistas têm monitorado de perto como a doença afeta as mulheres grávidas. Mesmo quando os casos são leves em gestantes não vacinadas, novas pesquisas mostram que a infecção pode trazer sérias consequências tanto para a mãe quanto para o bebê.
A Dra. Carolina Damasio, uma infectologista que coordena um centro de doenças infecciosas na gravidez, percebeu a importância de estudar esse grupo desde o início da pandemia. Embora inicialmente não se soubesse que as grávidas estavam em risco, experiências anteriores com outros vírus, como o Zika, e estudos sobre coronavírus levaram à sua preocupação.
Após três anos de pesquisa e sua tese de doutorado, os resultados são claros: mesmo casos leves de COVID-19 em grávidas não vacinadas podem ter sérias consequências. Essas consequências incluem alterações em exames de imagem, o que é conhecido como “COVID longa”, parto prematuro, depressão pós-parto e atraso no desenvolvimento das crianças. A tese foi defendida na Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp.
A Dra. Damasio enfatiza que os primeiros anos de vida são cruciais para o desenvolvimento das crianças. Se não houver cuidado durante esse período, os efeitos negativos podem persistir nas gerações futuras, afetando indicadores de saúde, educação e segurança. Portanto, é vital diagnosticar depressão em mães e fornecer programas de estímulo precoce para crianças com atrasos no desenvolvimento.
O estudo foi realizado em Macaíba, no Rio Grande do Norte, acompanhando 172 gestantes, metade com COVID-19 e metade sem, entre abril de 2020 e julho de 2022. Uma descoberta importante foi a persistência de sintomas em gestantes após a infecção, conhecida como “COVID longa”. Cerca de 80% das gestantes apresentaram sintomas persistentes após a infecção, revelando uma prevalência alta.
Na segunda fase do estudo, 127 bebês nascidos das gestantes foram acompanhados por um ano. Os resultados mostraram que bebês expostos ao vírus tinham maior probabilidade de nascer prematuramente, atraso no desenvolvimento e problemas cerebrais. Isso sugere que a exposição intrauterina ao vírus pode estar relacionada a esses problemas.
Esse estudo ressalta a importância de considerar as gestantes como um grupo prioritário durante pandemias e destaca a necessidade de vacinação. Além disso, a pesquisa está agora em uma terceira fase, focada na saúde mental das gestantes e no vínculo entre mãe e bebê. A esperança é que orientações virtuais possam reduzir a depressão pós-parto e promover o desenvolvimento saudável das crianças, potencialmente se tornando uma política pública para famílias vulneráveis.
Leia a reportagem completa publicada no site da Unicamp.