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A velhice chegou — e como ela é vista 1t2i3j

Coluna de Jussara Camara

A velhice chegou — e como ela é vista

Como encarar uma velhice melhor?

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por Jussara Câmara 241k5j

Conversei recentemente com várias pessoas sobre suas experiências após os 60 anos. A maioria me falou dos seus medos: a solidão, as doenças, o abandono. E muitos me disseram que, eufemisticamente, já foram chamados de “melhor idade”. Até porque, alguns descreveram que envelhecer não é fácil. “A gente fica cheio de dores, aí você sabe que está velho”, falou Afonso B., 70 anos. 

Sabemos que muitos idosos, quando se aposentam, ficam sós, sem os cuidados necessários e nenhuma outra opção no fim da vida. Para eles, a velhice assim é realmente a pior fase de suas vidas. Muitos se queixaram de que a aposentadoria é pouca, diante de tantos gastos.

Para melhorar a vida dos idosos, muitos disseram que deveria haver uma legislação para controlar os aumentos dos planos de saúde, além de ter mais instituições para abrigar pessoas que não têm família, dando assim oportunidade de continuarem tendo uma vida social. Porque senão, para muitos, a velhice será realmente uma péssima fase da vida.

Então, como encarar uma velhice melhor? Muitos acham que é estando produtivos. Ou seja, mesmo deixando de trabalhar só porque se aposentaram, isso não significa que não estejam fazendo alguma coisa. Foi o que me disseram vários idosos, entre eles, Maria Beatriz A., 65 anos. “Eu procuro descobrir coisas novas, atualmente pesquiso muito na internet”, disse ela. Outro idoso me falou que ou a pintar. Uma senhora começou a bordar. E outra, ou a escrever. “E eu ei a dançar, o que gostava quando jovem e nunca fiz”, me contou Luiza P, 72 anos.

E isso é ótimo porque é muito bom se manter em forma, fazendo ginástica ou caminhando. Além de cuidar da saúde, é preciso cuidar da alimentação também, segundo Tiago M., 69 anos, “pois assim, teremos menos preocupações em curar as doenças do que com o lazer”, disse. E ele tem toda razão.

Outros me falaram que não se deve tentar parecer jovem e nem se enturmar com quem não quer estar com você. É preciso ter à sua volta os antigos amigos ou procurar por novos. Porque estar com pessoas que compartilham de valores ou tem preferências semelhantes às nossas, nos faz sentir mais compreendidos e melhores. 

No entanto, para alguns, há vantagens em estar só. “Porque podemos fazer o que gostamos, a hora que queremos, sem a interferência de outras pessoas”, me disse Maria, 70 anos. Para muitos, isso não é solidão e sim solitude, ou seja, uma escolha consciente de querer estar só, sem se sentir mal assim, pelo contrário, curtindo sua própria companhia.

Já Fernando C., 64 anos, me disse que “depois de aposentado, tem tido menos tempo do que tinha antes, quando trabalhava”. Isso porque todas as coisas que ele gostaria de ter feito a vida inteira e não fez, agora tenta fazer. Entre elas, viajar. E está se sentindo muito feliz.

Percebe-se é que é preciso se manter ocupado e sentir-se útil, de acordo com o depoimento de vários idosos. Até porque esta é a maneira de se conservar o otimismo e se sentir bem. Pois sabemos que todas essas atitudes são importantes em qualquer idade, principalmente quando queremos ter um envelhecimento saudável e independente.  

Portanto, o envelhecimento, por ser um processo natural do ciclo da vida, deve ser atravessado com dignidade e prazer. É o que todos queremos.

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